quinta-feira, junho 30, 2005

A morte da cassete analógica, aos 40 anos de vida:

A cassete áudio analógica. depois de 40 anos de vida brevemente encontrará a morte. Durante muitos anos, quer jornalistas, quer o comum do entusiasta pela rádio, quer os amantes da música usaram esta caixinha quase mágica onde uma fita magnética passava entre duas bobines, com o habitual ruído de fundo. Tornou-se um formato muito popular, com o surgimento dos leitores portáteis, conhecidos como Walkmans (embora este termo seja uma marca comercial da Sony).
Criada pela Philips nos anos 60, era bastante fácil de manusear, não obstante ser lenta a enrolar e rebobinar, até ao ponto da gravação desejado. Com a chegada dos leitores digitais de CD, nos anos 80, anunciou-se a morte da cassete. Mas como na altura não era possível gravar cd's, a cassete resistiu para as gravações caseiras. Recentemente, com a rápida adesão aos leitores de MP3 e WMA, já é possível ter um sistema pequeno, prático e de grande qualidade para gravar as músicas que se quiserem, e até emissões de rádio ou entrevistas e reuniões.
É a despedida da cassete. Mas ficam as saudades...


Ver notícia em http://dn.sapo.pt//2005/06/27/artes/a_morte_anunciada_cassete_40_anos_vi.html
Nova Lei da Rádio?

Fala-se que poderá ser aprovada uma nova Lei da Rádio. É uma assunto delicado, o sector há muito tempo aguarda mudanças que beneficiem as rádios. Desde o tempo de Salazar, pouco mudou no paronama radiofónico, à excepção do surgimento das rádios piratas nos anos 80 e, mais tarde, da sua legalização. Hoje temos 6 rádios nacionais: RDP Antena 1 (ex- Emissora Nacional), RDP Antena 2 (ex- Emissora Nacional Programa 2), Rádio Renascença, RFM (Ex- Renascença FM), Rádio Comercial (ex- Rádio Clube Português); mais tarde surgiu a Antena 3. Desde o 25 de Abril que só temos mais uma rádio nacional (a Antena 3). Depois, temos duas redes regionais, a do Norte emite a TSF, a do SUL a nova versão do RCP - Rádio Clube Português. Falta falar das rádios locais, com emissores de 400 a 2000 W de PAR que estão espalhadas um pouco por todo o país.

Com a actual organização do espectro radioeléctrico feita pela ANACOM, é fundamental que a nova Lei permita:



1) Criar mais rádios nacionais. A TSF e o RDP devem ter uma rede nacional de emissores.

2) Aumentar as PARs atribuídas às rádios locais. Efectivamente, haver rádios que são obrigadas a emitir com 400 W é criar uma quase micro-cobertura que impede que essas rádios consigam chegar a maior número de ouvintes. Obviamente, este problema também se aplica às rádios com 500 W, tirando algumas felizes excepções não chegam a atingir mais de 40/50 km de cobertura, isto quando não sofrem fortes interferências de outras rádios. Mesmo 1000 ou 2000 W em algumas situações são pouco... Porque não começar a atribuir potências, digamos de 5000 até uns 10000W?

3) Permitir às rádios locais a instalação dos emissores em serras e locais altos. Ao lado da RDP, RR, Comercial e redes regionais. Ajudava bastante a melhorar a cobertura.

4) Permitir o uso de RDS dinâmico e a exploração de todas as funcionalidades oferecidas por este sistema de transmissão de dados.

5) Atribuir mais licenças a rádios locais. Não existem rádios universitárias (e outras?) que esperam e desesperam por uma licença?

6) Impedir o uso de rádios locais como retransmissores dos grandes grupos, como a TSF e Média Capital.

7) Resolver de vez os erros da ANACOM, no que concerne à atribuição de frequências; permitir às rádios afectadas a mudança de frequência de emissão.

8) Estimular a rádio digital, atribuir licenças para emissão em DAB e DRM.

9) Estipular quotas de música portuguesa: é escandaloso que a rádio despreze quase por completo a música desenvolvida neste país! Sejam honradas a RDP e algumas rádios locais!


Por enquanto tudo é ficção... Até quando??

quinta-feira, junho 23, 2005

90.0 Porto da Ex-Voxx a meio gás?
O emissor da Ex-Voxx do Porto (90.0 MHz) está a "meio gás" há vários dias. A potência de emissão é muito reduzida, a cobertura está reduzida a umas escassas centenas de metros do emissor. Quem fica a ganhar com a situação é a Mega FM Coimbra que emite na mesma frequência e entra bem no Porto à custa desta redução da potência. Existe algum problema técnico, ou a Média Capital está à espera de começar a emitir a Cidade FM neste emissor para este voltar à normalidade? Veremos qual o desenvolvimento desta situação...

quinta-feira, junho 16, 2005

O uso (ou não) do RDS em Portugal

O RDS, como se sabe, é uma ferramenta muito útil para o ouvinte. Além de permitir identificar de imediato a estação sintonizada, permite que os auto-rádios procurem automaticamente a melhor frequência para essa estação, caso existam vários emissores. Mesmo que uma rádio tenha um só emissor, não deixa de ser útil saber logo qual o nome da estação, o tipo de programação (se disponível), um texto que muitas vezes é o "slogan" da rádio que passa nos jingles (obviamente, esta informação tem de estar disponível para que se possa beneficiar dela).

Assim, não se compreende como algumas rádios abandonam o RDS, como a Rádio Jovem de Évora (105.4 MHz que retransmite a TSF, usava o RDS "_105,40_", que tinha o mesmo PI que a TSF, o que permitia aos auto-rádios "considerarem" esta frequência como um emissor da TSF. Outra rádio, é a Rádio Despertar de Estremoz (94.5 MHz), tinha o RDS "ESTREMOZ". Também, noutros pontos do país, não se compreende como alguns retransmissores da Média Capital (rádios locais) não usem RDS. Será que todos nós sabemos as frequências de todas as rádios de uma região que não conhecemos bem, quando estamos no carro? Ou teremos sempre a base de dados da ANACOM, do Rádio Informa ou de qualquer outro site impressa em papel no porta luvas? É para isso que serve o RDS. A RDP, Grupo Renascença, a maioria dos emissores da MCR, TSF, e outras rádios usam o RDS. Os ouvintes sabem sempre que podem ouvir nas melhores condições possíveis a sua rádio preferida, não se perdendo num espectro radiofónico entre os 87.5 e os 108.0 MHz. Felizmente, nas principais auto-estradas do país há sinais de informação com as frequências das rádios que passam informações de trânsito.
A questão do RDS é particularmente notável em rádios locais que tem mais do que uma frequência, visto terem emissores de microcobertura: Dentro da microcobertura, os ouvintes sintinizam um emissor de uma PAR baixa, muitas vezes 50 W. Fora dessa área, os ouvintes sintonizam o emissor principal. Mais uma vez, o RDS aqui é uma grande ajuda, por exemplo a Rádio Portalegre usa o RDS "PORTLGRE" (100.5 MHz [emissor principal] e 104.5 MHz [microcobertura]), A Rádio Elvas emite "RADELVAS" (91.5 [emissor principal], 104.3 MHz [Microcobertura]); em outras localidades onde há microcoberturas a situação é equivalente. Mais uma vez no Alentejo a regra tem excepção: Renascença Elvas (99.8 MHz [emissor principal] e 102.3 MHz [microcobertura]), nunca emitiu RDS. Este emissor da RR deveria ter o mesmo direito ao RDS que quaisquer outros emissores da Renascença.
Falo do Alentejo, porque é a região que melhor conheço, mas pelo que sei, noutros pontos do país a situação não é muito diferente... Os 103.0 de Cantanhede da Best Rock Coimbra, além de entrar muito mal na cidade dos estudantes, também não tem RDS. A Best de Valongo só muito recentemente incorporou RDS.
Se algum leitor do blog quiser acrescentar mais algum caso...

quarta-feira, junho 15, 2005

As frequências "fastasmas" e a ANACOM:

Em Portugal, nos últimos tempos tem surgido retransmissores de rádios nacionais da RDP e RR, ainda não oficializados. Nomeadamente o emissor de Vouzela (distrito de Viseu) da Renascença em 97.4 MHz; no sul do país, a RDP instalou novos retransmissores da Antena 2 e Antena 3 no distrito de Portalegre , mais concretamente em Elvas (frequências respectivas de 93.2 e 101.6 MHz).

A instalação de retransmissores é sempre bem-vinda para as populações locais que tem dificuldade em sintonizar as rádios nacionais. Mas agora surge a questão: e a Média Capital? Não terá também direito a melhorar a cobertura do Rádio Clube Português, quer melhorando a rede regional sul, quer criando uma nova rede de emissores a Norte? E a TSF a sul?
Com excepção da RDP, na minha opinião as melhores coberturas são a da Comercial e da RFM: na maioria dos casos, as frequências atribuídas não sofrem interferências de outras rádios e há emissores com excelente cobertura. Por exemplo, os 92.0 MHz do Mendro (Rádio Comercial) cobrem grande parte do Alentejo e não há uma única rádio que possa interferir com este emissor. Já os 98.9 Portalegre, também da Rádio Comercial, também não sofre quaiquer interferências na área de cobertura, excepto no distrito de Évora, onde os 99.0 MHz da Unirádio (Reguengos de Monsaraz) são "engolidos" pela Comercial, o que é grave, mas os 92.0 entram muito bem na região. A RFM entra bem na mesma região, quer pelos 100.9 Mendro, quer pelos 101.1 Portalegre. A RR, idem pelos 96.5 Mendro e 95.3 Portalegre. E nem falo na RDP, com a sua excelente rede de emissores.

O mais irónico de tudo é que em algumas localidades fronteiriças há emissores espanhóis que entram melhor que os emissores portugueses! Apenas a RDP se dá ao "luxo" de ter uma invejável rede de emissores que prestam um excelente serviço público. É para isso que pagamos taxa de radiodifusão. Mas será que as outras rádios não tem direito a melhorar a rede de emissores? Ou será que para a ANACOM existem (passo a expressão) os "menimos bonitos" da RDP e da RR e os "meninos feios" da Média Capital? É uma questão de amizades?
Estou completamente de acordo que todos temos o direito de receber as rádios locais, regionais e nacionais em excelentes condições de recepção, mas parece que há beneficiados e outros que tem de recorrer a rádios locais para alargar a sua cobertura...
Porque é que as rádios locais instalam emissores de microcobertura? Para melhorar a recepção em locais onde o emissor principal não entra ou entra com sinal fraco. Será que a ANACOM já pensou alargar esse conceito a rádios nacionais e regionais? O RCP precisava de algumas microcoberturas a sul, além da cobertura regional a norte. O mesmo se passa a RFM e Comercial. Eu nem estou a pedir muito, umas microcoberturas de 100 a 500 W de P.A.R. podiam ajudar em muito os ouvintes.

Isto tudo também se aplica à televisão: a RTP tem uma excelente rede de emissores em VHF e UHF, a SIC tem também uma boa rede em UHF, mas ainda há um considerável número de telespectadores que não conseguem sintonizar a TVI a não ser que adiram à TV Cabo!

quinta-feira, junho 09, 2005

Antena 2 só com música portuguesa no 10 de Junho:
A Antena 2 vai, durante 24 horas, emitir exclusivamente música portuguesa, amanhã, dia de Portugal, Camões e das Comunidades portuguesas. A música clássica será mantida, mas só de autores nacionais.

sexta-feira, junho 03, 2005

Assembleia da República discute música portuguesa na rádio
Na AR, está a ser discutida a imposição de quotas de música portuguesa nas rádios. Por enquanto, apenas a RDP aposta seriamente na música portuguesa. Por isso, é louvável a discussão deste tema, há muito tempo que a maioria das rádios aposta em música estrangeira e pouco na música que se faz no nosso país. Tanto ouvintes, como artistas, como editoras estão de acordo com esta proposta de lei!