segunda-feira, junho 19, 2017

18 de Junho de 2017: a rádio ao serviço de um país devastado por uma enorme tragédia...

18 de Junho de 2017. O  dia que não devia existir em Portugal. Desde a noite do dia 17 que as notícias vindas de Pedrógão Grande davam conta da dramática perda de vidas. Todavia, durante o dia 18, a comunicação social foi revelando a verdadeira dimensão da tragédia. À hora de publicação desta mensagem (madrugada do dia 19), estão contabilizadas 62 mortes, havendo igualmente 62 feridos. (*) Estes números podem, infelizmente, ser actualizados para pior, à medida que as autoridades avaliam o terreno.

No meio de tamanha catástrofe, o pior incêndio florestal do qual há memória em Portugal, a importância da rádio enquanto rainha da comunicação social torna-se evidente à medida que algumas populações ficam sem electricidade, ficam sinal de televisão, sem Internet, sem sinal das redes móveis e sem acesso a outros meios de comunicação. Enquanto se assiste à falha (e até destruição) de algumas infra-estruturas de comunicação, a rádio continua a emitir normalmente a partir do centro emissor do Trevim, no alto da Serra da Lousã, de Coimbra, de Montemor-o-Velho (no caso da Onda Média da Antena 1), ou de outros locais que coloquem sinal em Pedrógão Grande.

Neste domingo negro, a Antena 1, a Rádio Renascença, a TSF e até rádios locais como a Rádio Condestável (Sertã) não se cansaram de ir acompanhando a actualidade do teatro de operações. Nem mesmo durante a tarde desportiva de futebol da Taça das Confederações, os relatos do jogo Portugal vs. México ignoraram a realidade em Pedrógão Grande.

A rádio está presente nos bons e nos maus momentos. E o profissionalismo de quem, incansavelmente, não largava o microfone para descrever o cenário dantesco e chocante que via à frente dos olhos, merece ser reconhecido. A todos os jornalistas da rádio que fizeram (e continuam a fazer) os possíveis e os impossíveis para cobrir uma catástrofe implacável, dando a conhecer aos ouvintes as consequências de um fogo infernal, quero dizer: muito obrigado. Sem um jornalismo de qualidade, não seria fácil tomar conhecimento do que se está a passar em Pedrógão Grande e nos concelhos vizinhos por onde o fogo ainda passa, infelizmente. Esperemos que os soldados da paz, auxiliados por outros meios, consigam vencer rapidamente esta guerra... Que as 62 almas perdidas descansem em paz.

(*) Actualização às 18h do dia 19: 63 mortos e 135 feridos. De referir que, além da Rádio Condestável, pelo menos a Rádio Clube de Pombal (97,0) e a Rádio São Miguel (93,5 MHz Penela) têm estado a cobrir a tragédia. Seria interessante apurar se existem outras rádios locais a terem uma atitude louvável de prestar um grande e inestimável serviço público às populações afectadas pelo incêndio. De referir que, ainda ontem, o primeiro-ministro António Costa aludiu à importância da rádio para as populações que não têm acesso a outros meios.

Actualização às 23h do dia 19/06/2017: 64 vítimas mortais

P.S. Agora é que faltava uma "Rádio Triângulo" (até podia ter outro nome...) operacional e a prestar um verdadeiro serviço público local...

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